quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

#eugostodeamor

#DDD
#eugostodeamor



Quando eu nasci quarenta e sete mil duzentos e vinte e um dia atrás a situação política era outra e até as constelações eram outras, era outro universo num outro lugar que não é aqui e não é hoje e nem agora. Nesse meio tempo eu estudei farmacologia e descobri uma porrada de propriedade que tem nas planta, nas flor, nas pedra, em lugares que ce nem pensaria em procurar. Isso me levou depois a estudar engenharia botânica, que é uma ciência pouco conhecida até hoje. A ignorância é coisa que tem muito no mundo e basta olhar pro lado pra dar de cara com ela ou com alguma prima ou mancomunada. Tá dominado por ela, a ignorância. A gente só estuda pra saber que não sabe de nada e olha que estudei muito e fiz universidade no maranhão, doutorado na itália e dei aula na unicamp. Fui professor muitos anos, tive uma alunas maravilhosas. Naqueletempoeu como eu dizia quando eu nasci os elementos da natureza e até minhas células eram outras. A gente era de outra coisa, eu e todosaqueles que nasceram naquela hora. O céu tava daquele jeito, nunca mais as constelações se ajeitaram daquele jeito de novo porque no fundo é aleatório – a gente faz um inventário de regras e de coisas queacontecem segundo certos padrões mas isso é ainda um recorte e pensando bem desprezível. Desprezível e irrelevante, não tem importância nenhuma, éumacoisa cem por cento gratuita, de graça, ó toma procê. Isso depois que estudei o existencialismo. Nessa época que eu nasci a coisa era diferente. Tinha o comunista, o proletário, o intelectual. Tinha umas coisas maravilhosas acontecendo no mundo. Eu era jovem na época dos beatles e dos rolling stones. Estudei não só farmacologia e existencialismo mas também a análise de sistemas, mecânica quântica, li vários best sellers. Tinha uma coisa acontecendo, que era eu: eu tava crescendo e voando pelo mundo como um meteoro desgovernado. Nesse meio tempo eu endoideci e um belo dia der por mim doido, de repente. Percebi que os cara que apresentam o jornal, os entreteiner de televisão, os gerente do banco, os polícia, era tudo uns bossal, umas anta. Percebi que desde o princípio tava tudo literalmente errado e desgovernado. Tinhas umas pessoazinha mesquinha a desprezível que era a rainha da mídia, o imperador da cocada preta. Eu que era bonito e boa lábia e bom de cama volta e meia ficava sozinho, nenhuma mulher queria dar pra mim e eu tinha que ficar batendo punheta. Nenhum aluno entendia o que eu dizia por isso deixei de ser professor. Li o livro lá do estrangeiro e resolvi ser escritor e filósofo e também existencialista só que com restrições. Nunca fui um existencialista ferrenho, tenho minhas críticas. Tinha aquele lema do cara do lsd nos anos 60 PENSE POR SI MESMO E QUESTIONE A AUTORIDADE e isso fazia sentido porque a gente não sabia o tamanho do mundo. Não tinha na equação os chinês nem o câmbio flutuante. Se a gente jogava uma guimba de cigarro no chão ainda não era conivente com as enchente e os alagamento e o aquecimento global. A gente que nasceu quarenta e sete mil dias atrás era outro, era tudo criança. Quandoeucomecei a ler os livro falei: vou ser um filósofo, um pensador, um cara que queima os miolo. Eu era inocente. Eu lia as revista e os jornal, falava no bar de política. Hoje não leio mais, não consigo. Faz quatro mil cento e vinte e poucos dia que não leio, no máximo um panfletinho na hora de dar uma barrigada. Pra que? Agora to estudando o imobilismo. Não corro atrás de nada. Não corro. Nem faço nada. Quando eu nasci quarenta e sete mil dias atrás tinha ditadura, tinha outros planeta, tinha uma pessoa que eu amei mas não quero falar disso agora, isso é uma parada muito desagradável. Sendo completamente sincero eu descobri que era narcisista com sete anos de idade, eu queria que todomundomeamasse. Eu gostodeamor. Meu primeiro sonho foi ser músico, astro do rock. Eu ia no quintal lá de casa e subia no engradado. Era meu palco. Eu cantava pra oitocentas mil pessoas e elas gritavam meu nome e me amavam e eu amava elas de volta. Vamo lá, todo mundo êêê.....êêê e eles repetia êêê....êêê... eu era uma criança que... poisévamostodosentão...

vamostodosentão.


Eu queria ficar com eles. Ficar de bobeira com eles, só conversando, só de bobeira, falando borracha. Eles era tudo escritor. Tudo filósofo. Eu que estudava farmacologia sempre pesquisava sobre os psicotrópico e falava com conhecimento de causa sobre as drogas e os estados alterado da. Prolixo pra caralho, eu pegava e bem cabeça, explicava desde a sinapse até o comportamento anti social e as conseqüência física e espiritual do troço. Fui um dia num centro espírita e entrei numa sala com umas pessoa sensitiva que dava passe. Nunca tinha acreditado nessa merda antes, lembra que eu farmacologista e existencialista e materialista. To eu lá e entra esse cara que era eu, quer dizer não exatamente eu mas uma possibilidade de eu ou uma outra versão de mim. Eu percebi que ele tinha acabado de morrer se bem que nessas coisa não se pode dizer com certeza se o cara apresuntou há mil dias, duzentos mil dias, trezentos mil anos, não dá pra saber qual é o ciclo, qual é a leva, a fornada. Não sei porque eu tinha a intuição que ele tinha morrido faz pouco tempo porque tava todo abilolado, embasbacado, sem entender nada. Ele disse que tava passando pela rua e viu um movimento nessa casa e entrou pra ver o que era e tinha um monte de espírito passando e alguns deles tavam em paz e outros não, ele tava buscando a paz e ao mesmo tempo tava perdido, tava de graça no além, morreu e foi impelido prali e ele não sabia e nem eu sei se a eternidade é uma maldição, se não era melhor morrer e desaparecer mesmo. No outro dia eu tava vendo futebol na televisão e morre um cara de ataque cardíaco em rede nacional. Fui começando a ficar com medo de morrer também, de a morte me tapear em algum lugar, em alguma esquina, quem sabe, quem sabe? Farcamologista, narcisista e fascinado com a morte. Quando eu tinha nove anos escrevi meus primeiros ensaio no tema. Eram frases curtas: a vida é um instrumento da morte, só a morte é uma certeza, a gente só nasce pra morrer. Escrevia essas coisas nas últimas páginas do caderno enquanto devia estar copiando a matéria. Essa intuição só veio depois, mas eu sabia e sabia que não sabia: ninguém ensina nada a ninguém. Professores emburrecem o aluno. Pais desdeducam filhos. O valor moral é só dele.


Quais os princípios fundamental da farmacologia: primeiro, as coisas são feitas de bolinhas, que são os átomos e elétrons. Aí as coisas fica trocando essas bolinhas e fazendo uma porrada de elemento químico e essas parada tem várias propriedade, várias, inumeráveis.

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