terça-feira, 2 de agosto de 2011

#caraoucoroa

#DDD
#caraoucoroa
pilotar é fácil, mais moleza que andar de bicicleta, difícil mesmo é pousar o troço, mesmo tendo voado mais de trezentas mil vezes ainda hoje fico com medo na hora de botar o bicho no chão. Você tem que ir chegando, ir dando e tirando a potência do motor, uma coisa milimétrica, dificílima, até ele finalmente tocar as rodas no chão, sempre há risco, com tempo ruim então. De certa forma é muito parecido com trepar porque – como sou macaco velho, 57 anos – eu sempre seguro a porra até o último segundo, até não agüentar mais. Hoje por exemplo trepo muito melhor do que trepava quando era casado. Veja bem, no terceiro ano de casamento percebi que tinha feito uma merda. Aí nasceu um filho, nasceu outro, eu fui ficando acomodado – nada contra meus filhos, são maravilhosos, todo homem deve ter filhos – e fiquei vinte e quatro anos casado, separei tem seis. Eu tinha que cantar a mulher no começo do mês pra ver se ela me dava no final. Era uma tortura. Hoje eu passo ali na quinze, pego uma putona, encosto o carro em alguma quebrada e recebo a chupeta. Gozo e vou embora. Simples. Sabe, sou piloto e engenheiro aeronáutico. Construo peças de avião e gosto de ocupar minha cabeça com coisas muito mais metafísicas do que essa-vidinha que a cambada leva. Mas claro que não sou um monstro amoral, tenho os meus limites. Outro dia tava lá trabalhando numa peça e chega no pátio uma menininha de dez – dez! – anos e me pede um beijo. Na verdade eu queria comer é a mãe dela, que é uma delícia. Dez anos! Eu, velho, feio, barrigudo, dente estragado, e ela pedindo um beijo! Na boca! Fiquei completamente sem reação. Mandei passear, dei umas moedas pra comprar balinha e pirulito. Meu deus! Olha, tenho 57 anos, mas ainda dou um caldo grosso. Me ensinaram outro dia o melhor jeito de tomar viagra. Não é na hora h não. Toma ali na hora do almoço e esquece. De noite você vê o estrago. Dou um caldo forte, boto muito moleque no chinelo. Essa rapaziada hoje em dia só quer saber de droga, de encher a cabeça de fumaça, e a mulherada fica na mão. Hoje gosto mais do que nunca de mulher. Mas quando vejo minha ex, me pergunto como é que fiquei mais de vinte anos com aquilo. Quer dizer, ela tá acabada. Tem a minha idade. Já disse isso pros meus filhos: pra casar, a mulher tem que ser pelo menos doze anos mais nova que o homem. Pelo menos. Uma mulher de 48, um cara de 60, é um casal que pode dar certo. O cara não perde o tesão e a mulher tem lá a estabilidade que quer. Ano passado mesmo eu tava saindo com uma gatona de 25 anos. Pagava tudo pra ela. Roupa, jóia, sapato, viagens. Tudo. Um dia aluguei a melhor suíte do Nacional, a gente trepou, jantou e ficou abraçadinho. Aí ela perguntou: “com tudo isso que você me compra, eu não saio muito cara?” e eu: “na minha idade, ou é cara ou é coroa

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